José Roberto Freitas, o "Beto Pezão", nasceu em Santana do São Francisco/SE (antiga Carrapicho), e atualmente reside em Aracaju. Filho de pai e mãe artesãos, desde muito cedo, aprendeu a arte de esculpir. Aos 6 anos de idade, ganhou de presente um pequeno torno, e começou fazendo objetos simples, tais como potes em cerâmica, cinzeiros etc. Observando o pai, foi aprimorando seu trabalho, e aos 9 anos, começou a vender alguns de seus trabalhos nas feiras populares.
Somente depois da mudança para Aracaju, aos 19 anos de idade, Beto começou a modelar suas obras com pés agigantados. Conta que foi esta a solução encontrada para evitar que as peças quebrassem pelo pé, ao saírem do forno. Com os pés avantajados, as esculturas teriam maior sustentação. De início, seu pai reprovou a ideia, perguntado se seria algum tipo de doença. Ainda assim, Beto não desistiu e seguiu criando mais obras com os "pezões", e na mesma semana, vendeu todas as peças recém-criadas.
Esta passou a ser sua marca registrada, e elevou suas esculturas a verdadeiras obras de arte, com grande reconhecimento nacional e internacional. Sua primeira exposição no exterior foi a convite da Universidade Católica do Chile, já tendo retornado para expor neste mesmo país diversas outras vezes. No Brasil, Beto Pezão já expos em vários Estados, como Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Maranhão e Minas Gerais.
Sua obra destaca-se para além dos pés grandes: as esculturas, modeladas no barro, possuem traços fortes, expressões que denotam as adversidades da vida no agreste e detalhes marcantes da cultura e costumes nordestinos. E, além dos sertanejos, o artista ? ou artesão, como gosta de ser reconhecido - dedica-se a retratar a arte sacra de origem nordestina.